6 DE AGOSTO F.C.: 2004

Em 2004, o 6 de Agosto F.C. conseguiu mais um feito inédito. Desta vez foi o, tão sonhado, título de campeão do Campeonato de Férias, conquistado com uma ótima campanha, deixando orgulhosos os seus torcedores e comissão técnica que há muito tempo sonhavam com a conquista do título. O futebol praticado pelo time na competição foi um retrato fiel da tradicional história do Seis: muita determinação, raça, empolgação e vitórias brilhantes e emocionantes, traduzindo o desejo da fiel torcida vermelho e branca.

O Jogo:

Dia 22/05/2004, 15:10 minutos de sábado, Campo do Calafate. O cenário estava pronto para a mais esperada decisão da história do clube. A expectativa era grande. De um lado a equipe do 6 de Agosto F.C., vice-campeã no ano de 1999, e de outro o Fluminense do bairro da Bahia. A torcida vermelho e branco lota o Campo do Calafate para incentivar o clube. A partida começa, e, logo no início do jogo, o atacante Neiber faz 1 x 0 pra 6 de Agosto. Mas, a alegria da torcida do 2.º distrito durou pouco, pois em seguida o Fluminense empata com um gol de falta. O 1.º tempo, então, termina 1 a 1. As equipes voltam pro 2.º tempo, a fim de decidir a partida a qualquer custo. Os jogadores extravasavam talento e garra dentro de campo, proporcionando ao público emocionantes jogadas que deixavam a torcida de coração na mão. Após várias tentativas o 6 de Agosto consegue, enfim, virar o placar da partida. Edilsinho, o artilheiro, faz de cabeça o gol que carimbaria definitivamente o título do Campeonato de Férias-2004 para o clube do 2º Distrito.

Detalhes da História

COMANDO DA EQUIPE:
Ary e Abacate assumiram a direção do 6 de Agosto F.C. em 1973. Anteriormente quem comandava o time era o Aluízio Cabelim.

COMPLETO AZUL:
O antigo completo azul da equipe foi doado pelo Wildi Viana, que deu uma ordem pros dirigentes Ary e Abacate comprarem na Casa Carvalho.

COMPLETO DO SANTOS:
O completo branco, com o símbolo do Santos, foi um dos primeiros completos que o 6 de Agosto possuiu. Ary, Abacate e Ademir ajudaram a comprá-lo no ano de 1974.
Este completo foi estreado dia 8/12/1974, contra a equipe do Ypiranga, em partida válida pelo Campeonato O Domingão, realizada no Campo do Seu Domingos.

“Quando eu e o Ary assumimos o 6 de Agosto F.C., tínhamos apenas um completo de camisa. Então, soubemos que um cara, de nome Joca, tinha um jogo de camisa, idêntico ao do Santos, pra vender. Nesse tempo o Ademir Sotero, que, as vezes, jogava no time, trabalhava na Casa Farhat. Lá vendia-se querosene, um combustível muito usado, naquela época, principalmente para iluminar as casas durante a noite, quando a luz apagava. No final do expediente, lá se vinha o Ademir com duas latas de querosene que ele havia pego na loja. Rapidamente nós vendemos o combustível e utilizamos o dinheiro para ajudar na compra das camisas.
Nesse tempo o meu pai, Seu Dedé, tinha um lanche no Mercado Velho, onde eu ajudava o velho vendendo abacatada, bolo e salgados. Pra ajudar a comprar o completo do Santos eu tive até que tirar dinheiro do que era apurado no dia”, recorda Abacate.

ROUPEIRO DO CLUBE:
O clube teve alguns ropeiros ao longo dos anos que se dedicavam apenas pelo prazer de fazer parte do grupo. Um deles até hoje vive em nossa lembrança: o saudoso Camundá, que a partir de 1973, passou a acompanhar o time do 6 de Agosto em muitas jornadas esportivas realizadas, principalmente, pelos municípios. Ele era o fiel escudeiro do dirigente Ary. Camundá, sempre com muito orgulho, dedicação e responsabilidade, organizava, entregava e recolhia as camisas, calções e meiões que o time utilizava nos jogos.
Camundá já é falecido, mas ainda permanece vivo em nossa lembrança.

LAVADEIRAS DO CLUBE:
Durante muito tempo a Sr.ª Maria José David, a popular “Bita”, foi a lavadeira oficial do clube. Era admirável a dedicação e o zelo que ela tinha pelo material esportivo. As vezes o uniforme ficava cheio de lama e difícil de lavar. Inclusive naquele tempo não tinha à disposição máquina de lavar roupa. Mesmo assim, Bita não media esforços e esfregava o material com as próprias mãos, geralmente, sem ganhar nada em troca. A única recompensa eram as alegrias vividas como torcedora do time.
Antonia Teófilo, a conhecida “Toinha”, foi a sucessora de Bita na lavagem do uniforme do clube. Ela também, com muita dedicação sempre zelou, e, atualmente, ainda zela pelo material esportivo. Além de lavadeira Toinha é torcedora fiel da equipe. Para ela, apenas, o prazer de vibrar com as vitórias do 6 de Agosto já recompensa todo o seu trabalho.

CONTANDO A HISTÓRIA:
“Em 1974, um certo político de nossa cidade havia prometido fazer a doação de um completo e também de um ônibus para excursão. Eu e o Ary chegamos na casa dele para pegar o referido patrocínio. A empregada nos atendeu e foi comunicar a nossa presença. Pra nossa surpresa ela retornou com um recado onde ele tinha dito que estava com muita dor de cabeça e por isso não iria nos atender. Era ano de eleição e o tal político era candidato. Então, eu e o Ary, rapidamente pensamos numa solução. Saímos de lá e recolhemos os títulos de eleitor de todos os atletas. Pegamos título inclusive de nossos parentes. Voltamos na casa do candidato e dissemos pra empregada: “Entrega isso pra ele”! Era tanto título que mal cabiam nas mãos. Em poucos segundos o candidato veio lá de dentro, olhou pra nós e disse: “Me desculpem, meus amigos, eu estava com muita dor de cabeça, por isso não atendi naquela hora. O que vocês desejam”? Então nós dissemos: “Doutor, nós queremos o ônibus e o completo que o senhor nos prometeu”. Ele logo alegou que estava sem condições, que as coisas estavam difíceis. Aí, nós falamos o seguinte: “Então me devolva os títulos. Mas fique sabendo que o senhor vai perder todos esses votos”. Ele olhou, viu aquele monte de título, e rapidamente resolveu assinar uma ordem pra gente pegar o patrocínio”. (Abacate)
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“As competições naquele tempo (final da década de 60 e começo de 70) tinha uma ótima organização. Era todo mundo bem equipado. Naquele tempo o dinheiro ainda era difícil, como hoje é. Não tinha muita premiação, mas tinha a taça pro campeão. Era muito bacana! O campo do Seu Domingos ficava cheio de bandeiras. Cada time trazia sua bandeira. Tinha a rainha de cada time e tinha também a rainha da liga. Tinha tudo isso. Tinha o desfile das equipes, desfilando antes de começar o torneio início, tipo na abertura das olimpíadas. Só não tinha aquelas coisas muito bonitas. Todos os times desfilavam. Havia discursos daquelas pessoas mais antigas. Os times visitantes era o da Cadeia Velha, da Base e do Quinze. Esses eram os mais tradicionais que vinham pra cá. Não havia nenhuma confusão. Rivalidade só dentro do campo mesmo. Fora não existia não. Todo mundo brincava e fazia amizade. Só tinha amigos mesmo. Era legal! Hoje em dia também eu acho que o esporte, ainda, é legal. Dá muita violência, mas ainda é legal”. (Aluízio Cabelim)

2004

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